🌿 Camellia sinensis: A Planta por Trás dos Chás Mais Queridos 🌿
Você sabia que os chás verde, branco, preto e oolong vêm da mesma planta? A Camellia sinensis é a responsável por essas variedades tão apreciadas ao redor do mundo! A diferença entre esses chás está nos processos de fermentação e oxidação pelas quais as folhas passam durante o seu processo de maturação, resultando em sabores e benefícios únicos. Com propriedades antioxidantes, o chá de Camellia sinensis ajuda a melhorar o metabolismo, fortalece o sistema imunológico e traz aquela sensação de bem-estar que só uma boa xícara de chá pode proporcionar.
Vamos conhecer um pouco de sua história
A história do chá Camellia sinensis começa há milhares de anos na China, onde, segundo a lenda, foi descoberto por acaso pelo imperador Shen Nong, por volta de 2737 a.C. Diz-se que ele estava fervendo água quando algumas folhas de chá caíram na panela, criando a primeira infusão de chá da história. A partir daí, o consumo do chá se espalhou pela Ásia, especialmente na China, Japão e Índia, onde a planta se adaptou bem e teve uma boa aceitação.
Com o tempo, o chá se tornou uma mercadoria de grande valor comercial, sendo amplamente cultivado e exportado para o Ocidente por meio da Rota da Seda. Durante o século XVII, o chá chegou à Europa e rapidamente se popularizou, especialmente na Inglaterra, onde se tornou parte fundamental da cultura britânica.
No Brasil, o chá chegou oficialmente em 1812, trazido por imigrantes chineses a pedido de D. João VI, que queria incentivar o cultivo da planta no país. Esses imigrantes trouxeram mudas de Camellia sinensis para serem plantadas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Apesar dos esforços, o cultivo do chá não prosperou de imediato. Somente no século XX, em regiões como o Vale do Ribeira, no estado de São Paulo, a produção de chá começou a ganhar destaque.
Sua introdução apesar de inicial resistência, foi marcada por diversas tentativas de adaptar a planta às condições climáticas do país. No começo, os imigrantes chineses trouxeram técnicas de plantio e colheita que, embora eficientes na China, enfrentaram dificuldades no Brasil devido às diferenças no solo e clima. Mesmo assim, a insistência no cultivo continuou, e com o tempo, a planta passou a se adaptar melhor ao clima no Vale do Ribeira, em São Paulo.
No início do século XX, com a chegada de imigrantes japoneses, o cultivo do chá ganhou um novo impulso. Esses imigrantes trouxeram conhecimentos mais atualizados sobre a produção de chá, o que ajudou a melhorar a qualidade e o rendimento das plantações. Durante esse período, surgiram as primeiras fazendas de chá no Brasil, com a produção se concentrando, principalmente, no chá preto, voltado tanto para o mercado interno quanto para a exportação.
Embora o Brasil nunca tenha se tornado um dos principais produtores mundiais de chá, como a Índia ou a China, a bebida conquistou seu espaço no gosto dos brasileiros. Hoje, além da produção comercial, o chá é valorizado por suas propriedades terapêuticas e medicinais, tornando-se parte de uma cultura de bem-estar e saúde natural. Além disso, o consumo de chás especiais e orgânicos está em crescimento, com cada vez mais pessoas buscando alternativas saudáveis e naturais para o dia a dia.
A história do chá no Brasil é, assim, uma combinação de perseverança e adaptação, refletindo a diversidade cultural e agrícola do país. Cada xícara de chá que tomamos carrega consigo séculos de história, tradição e cuidado, desde os tempos antigos na China até os dias de hoje em nossas mesas.
Cha Jing, o livro sagrado
Por volta do ano 761 a.C, o escritor chinês, Lu Yu publicou o livro “Chajing”, conhecido como o livro sagrado do chá
Lu Yu, descreve a história da Camellia sinensis, seu cultivo, processamento, classificações, cerimonial e técnicas de degustação da infusão.
Ao mesmo tempo, Lu Yu acabou por criar uma obra poética, pois evidencia sua crença de que o chá simboliza a união da harmonia e dos mistérios do universo, trazendo boa energia e saúde.
O próprio ideograma da palavra é feito de 3 partes: a superior indica “grama”, a inferior indica “madeira”, e há uma pessoa ao centro, simbolizando que os seres humanos são uma parte orgânica do nosso mundo, em conjunto com os demais elementos.
O livro sagrado começou a ser difundido durante a dinastia Tang, e foi o primeiro no mundo sobre o tema, divulgando esta bebida e tornando Lu Yu um escritor reconhecido pelo imperador.
Em próximas postagens estarei postando a respeito de vários chás e suas propriedades